o caso de violência entre lésbicas

Trata-se da violência que as mulheres cometem contra as mulheres, seja a violência mais generalizada da tristemente célebre inimizade feminina seja a violência doméstica entre mulheres. Assunto indigesto para muitas, a violência entre mulheres pode deixar marcas ainda mais fundas que a violência masculina na medida que suas vítimas não têm a quem recorrer. Os homens violentos contam com o movimento feminista em seus calcanhares e, apesar de forma ainda precária, as mulheres heterossexuais dispõem das delegacias das mulheres e da proteção da heteronormalidade para se amparar. As lésbicas não. Algumas já viveram inclusive o paradoxo de ter, como molestadoras, lésbicas que se dizem feministas (sic) e que contam com a indulgência do movimento de mesmo nome para com seus abusos. Outras que procuraram apoio em delegacias da mulher tiveram que encarar uma segunda violência, além da já sofrida: a violência do preconceito contra a homossexualidade. Violência física ou psicológica venha de quem vier, venha como vier, é sempre violência e deve ser combatida, para que possamos mudar este quadro dramático.

(por Míriam Martinho, jornalista e ativista)